Estimativa do perfil biológico pelo palato: estudo transversal em crânios secos


Abstract

A estimativa do sexo biológico (ESB), da idade (EI), da ancestralidade (EA) e da estatura são essenciais para a definição do perfil biológico (PB) de um corpo desconhecido. Os elementos de maior precisão técnica para o PB são os ossos do quadril, dos membros e do crânio. Como nem sempre todos estes ossos estão presentes e como muitos sofrem processos tafonômicos, é importante o estudo de partes mais resistentes, como o palato. Neste contexto, foi realizado um estudo transversal com características métricas e não métricas do palato de 130 crânios secos periciados no Instituto Médico Legal André Roquette (Polícia Civil do Estado de Minas Gerias). A maioria era do sexo masculino, com faixa etária predominante entre 30 e 59 anos e de ancestralidade asiática. Quase todas as medidas do palato foram significativamente maiores nos homens. As suturas palatinas apresentaram progressivamente maior grau de fechamento em relação a idade e a distância entre os postalverions apresentou correlação negativa com a idade. Esta medida, bem como a distância entre o forame incisivo e a espinha nasal posterior, e o grau de fechamento da sutura palatina mediana anterior, se associaram, de forma independente e significativa, com o sexo, permitindo a elaboração de um escore de predição. Não houve correlação de nenhum dos parâmetros avaliados com a ancestralidade ou com a estatura. Os dados deste estudo reforçam o papel do palato na ESB e da EI, mas indicam que este deve ser utilizado com cautela na definição do PB.      

Literaturhinweise

  1. A.M. Christensen; N.V. Passalacqua; E.J. Bartelink. Forensic Anthropology – Current Methods and Practice. Academic Press; 10, 243-84, 2014.
  2. T.D. White, M.T. Black, P.A. Folkens. Assessment of Age, Sex, Stature, Ancestry, and Identity of the Individual. In: Human Osteology. 3ªed. Academic Press: Burlington, United States of America, 2012, 379-427.
  3. M.Y. Iscan, M. Steyn. Sex. In: M.Y. Iscan; M. Steyn. The Human Skeleton in Forensic Medicine. 3ªed. Charles C. Thomas: Springfield, United States of America, 2013, 143-93.
  4. K. Krishan; P.M. Chatterjee; T. Kanchan; S. Kaur; N. Baryah; R. K. Singh. A review of sex estimation techniques during examination of skeletal remains in forensic anthropology casework. Forensic Science International 8, 165.e1-165, 2016.
  5. M.K. Spradley; R.L. Jantz. Sex estimation in forensic anthropology: Skull versus postcranial elements. J Forensic Sci 56, 289-96, 2011.
  6. T.D. Holland. Use of the cranial base in the identification of fire victims. J Forensic Sci. 34, 458-60, 1989.
  7. R.W. Mann; R.L. Jantz; W.M. Bass; P.S. Willey. Maxillary suture obliteration: a visual method for estimating skeletal age. J Forensic Sci. 36(3), 781‐91, 1991.
  8. V. Kamath; M. Asif; R. Shetty. Binary logistic regression analysis of hard palate dimensions for sexing human crania. Anatomy & Cell Biology 49, 151-9, 2016.
  9. J.P. Beauthier; P. Lefevre; M. Meunie; R. Orban; C. Polet; J.P. Werquin; G. Quatrehomme. Palatine sutures as age indicator: a controlled study in the elderly. J Forensic Sci. 55, 153-8, 2010.
  10. A. Sinthubua; S. Ruengdit; S. Das; P. Mahakkanukrauh. A new method for sex estimation from maxillary suture length in a Thai population. Anatomy & Cell Biology 50, 261-4, 2017.
  11. L. Francesquini Júnior; M.A. Francesquini; B.M. De La Cruz; S.D. Pereira; G.M. Ambrosano. Identification of sex using cranial base measurements. J Forensic Odontostomatol 25, 7-11, 2007.
  12. C.L. Nascimento. Sex determination by linear measurements of palatal bones and skull base. The Journal of Forensic Odonto-stomatology 30, 37-43, 2012.
  13. Instituto Médico Legal de Belo Horizonte. Superintendência de Polícia Técnico-Científica. Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Retirado em 20/03/2020, de https://www.policiacivil.mg.gov.br/pagina/setores.
  14. A. Field. Descobrindo a Estatística Usando o SPSS. ARTMED Editora, Porto Alegre, 2, 688, 2009.
  15. F.P. Camara. Psiquiatria e estatística V: Validação de procedimentos diagnósticos pela curva R.O.C. Psychiatry Online 14, 1-3, 2009.
  16. N. Alves; N. F. Deana; F. Ceballos; P. Hernández; J. González. Sex prediction by metric and non-metric analysis of the hard palate and the pyriform aperture. Folia Morphol (Warsz) 78(1), 137-44, 2019.
  17. M.M. Beetge; V.S. Todorovic; A. Oettlé; J. Hoffman; A.W. van Zyl. A micro-CT study of the greater palatine foramen in human skulls. J Oral Sci. 60(1), 51‐6, 2018.
  18. M. Chovalopoulou; E.D. Valakos; S.K. Manolis. Sex determination by three-dimensional geometric morphometrics of the palate and cranial base. J. Biol. Clinic. Anthrop. 70(4), 407–25, 2013.
  19. S. Suresh; G. Sumathy; M.R. Banu; K. Kamakshi; S. Prakash. Morphological analysis of the maxillary arch and hard palate in edentulous maxilla of South Indian dry skulls. Surg Radiol Anat. 34(7), 609-17, 2012.
  20. M.Y. Iscan; M. Steyn. Skeletal age. In: M.Y. Iscan; M. Steyn. The Human Skeleton in Forensic Medicine. 3ªed. Charles C. Thomas: Springfield, United States of America, 2013, 59-141.
  21. M. Loukas; P. Hulsberg; R.S. Tubbs; T. Kapos; C.T. Wartmann; K. Shaffer; B.J. Moxham. The tori of the mouth and ear: a review. Clin Anat. 26, 953-60, 2013.
  22. S. Eroglu; Y.S. Erdal. Why did the frequency of palatine torus increase in the ancient Anatolian populations? Journal of Comparative Human Biology 59, 365–82, 2008.
  23. K.E. Sonnier; G.M. Horning; M.E. Cohen. Palatal tubercles, palatal tori, and mandibular tori: prevalence and anatomical features in a U.S. population. J Periodontol. 70(3), 329-36, 1999.
  24. S.N. Maduakor; M.C. Nwoga. Prevalence of mandibular and palatine tori among the Ibos in Enugu, South-East Nigeria. Niger J Clin Pract. 20, 57-60, 2017.
  25. E.N. L'Abbé; C. Van Rooyen; S.P. Nawrocki; P.J. Becker. An evaluation of non-metric cranial traits used to estimate ancestry in a South African sample. Forensic Sci Int. 209(1-3), 195.e1-195.e7, 2011.

Creative-Commons-Lizenz
Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung - Nicht-kommerziell - Weitergabe unter gleichen Bedingungen 4.0 International. Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Criminalística

Teilen

Autor(en)

  • Leonardo Santos Bordoni,
  • Alan Rodrigues de Almeida Paiva,
  • Andre Lucas Moni Soares,
  • Raphael Resende Dornelas,
  • Thiago Botelho Athayde,
  • Victor Campos Boson,
  • Polyanna Helena Coelho Bordoni,
  • Leonardo Santos Bordoni

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil. Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano (MG), Brasil. Escola de Medicina, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto (MG), Brasil. Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME-FUNJOB), Barbacena (MG), Brasil.

                

    Alan Rodrigues de Almeida Paiva

    Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano (MG), Brasil.

               

    Andre Lucas Moni Soares

    Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano (MG), Brasil.

              

    Raphael Resende Dornelas

    Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano (MG), Brasil.

             

    Thiago Botelho Athayde

    Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano (MG), Brasil.

            

    Victor Campos Boson

    Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano (MG), Brasil.

           

    Polyanna Helena Coelho Bordoni

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

     

                 

Am häufigsten gelesenen Artikel dieser/dieses Autor/in

1 2 > >>