Espectroscopia Raman: um novo método analítico para investigação forense em cruzamento de traços


Resumo

Em Documentoscopia, o exame de tinta in-situ, sobre a superfície de um determinado suporte, é um desafio para a ciência forense. Hoje em dia, a Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massa (GC-MS) e a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) são as principais técnicas utilizadas para tal análise. No entanto, tais técnicas são destrutivas e de difícil operacionalidade, pois exigem complicados procedimentos de extração para isolar os componentes da tinta antes da realização dos exames. Nesse contexto, a Espectroscopia Raman tem se mostrado uma técnica promissora e bastante adequada, já que oferece, de modo não destrutivo, a direta identificação e caracterização das tintas encontradas na própria superfície do papel. Assim sendo, este trabalho utiliza-se da Espectroscopia Raman, inicialmente, para identificar e diferenciar tintas de caneta, sendo que uma atenção especial foi dada às tintas de tonalidade preta, as quais são difíceis de serem distinguidas pelas técnicas atuais. Posteriormente, foram selecionados e analisados alguns cruzamentos entre as tintas que apresentaram espectros distintos, ou seja, aquelas tintas que possuem diferentes composições químicas, com o objetivo de identificar a sequência cronológica dos lançamentos. O método baseia-se num tratamento matemático simples dos espectros Raman, obtidos em diferentes profundidades na região do cruzamento. Salienta-se a obtenção de sucesso na utilização desse procedimento, bem como de outro processo empregado para o mesmo propósito: o mapeamento bidimensional na superfície da região de intersecção entre as tintas, seguido da análise estatística de correlação com os espectros coletados individualmente nas tintas envolvidas no cruzamento.

Palavras-chave

Espectroscopia Raman
Tintas de caneta
Cruzamento de traços

Referências

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Copyright (c) 2011 Revista Brasileira de Criminalística

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