A multidisciplinaridade das Ciências Forenses aplicada em exame necroscópico de cadáver putrefeito: da Necropapiloscopia à Entomologia Forense


Resumo

A necropsia médico-legal de um corpo em avançado estado de decomposição apresenta enormes desafios técnicos. Entretanto, é um erro técnico pressupor que o avanço do processo de putrefação tornará o exame necroscópico prejudicado. Apesar das alterações morfológicas produzidas pela putrefação e pela ação de animais necrófagos, o exame detalhado do corpo e dos vestígios relacionados ao mesmo por equipe multidisciplinar pode fornecer elementos para a identificação da vítima e para o esclarecimento das circunstâncias e do mecanismo da morte. Neste relato de caso foram descritos e discutidos os principais procedimentos técnicos envolvendo a investigação necroscópica de um corpo putrefeito, incluindo a identificação da vítima por meio de exame necropapiloscópico, as limitações no estabelecimento da causa médica da morte e a aplicação da entomologia forense na estimativa do intervalo pós-morte (IPM) e na pesquisa por substâncias químicas. O cadáver apresentava grande quantidade de larvas de dípteros, identificadas posteriormente como sendo da espécie Chrysomya albiceps(Wiedemann, 1819) as quais foram utilizadas para estimar o IPM mínimo. O presente relato destaca a importância do trabalho multidisciplinar em exames necroscópicos em cadáveres em avançado estado de putrefação, esperando que a divulgação dos procedimentos realizados contribua para aplicações práticas em casos concretos similares e que estimule o desenvolvimento de estudos relacionados a esta temática.


Palavras-chave

Identificação
Impressões digitais
Entomologia forense
Entomotoxicologia
Medicina legal.

Referências

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Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Criminalística

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Autor(es)

  • Leonardo Santos Bordoni,
  • Tauer Jordani Gusmão do Couto,
  • Ikare Marielle Braga Pereira,
  • Thelma de Filippis,
  • Pablo Alves Marinho,
  • Aldeir José da Silva,
  • Fernando Carvalho do Santos,
  • Polyanna Helena Coelho Bordoni,
  • Leonardo Santos Bordoni

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil. Faculdade de Medicina de Barbacena, Fundação José Bonifácio Lafayette de Andrada, Barbacena (MG), Brasil. Escola de Medicina, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto (MG), Brasil. Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, Vespasiano (MG), Brasil.

    Tauer Jordani Gusmão do Couto

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil. Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

    Ikare Marielle Braga Pereira

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

    Thelma de Filippis

    Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, Vespasiano (MG), Brasil

    Pablo Alves Marinho

    Instituto de Criminalística, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

    Aldeir José da Silva

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil. Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil.

    Fernando Carvalho do Santos

    Grupo de Identificação, Delegacia Regional Executiva, Polícia Federal, Belo Horizonte (MG), Brasil

    Polyanna Helena Coelho Bordoni

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

     

     

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