Levantamento do perfil individual e do tipo de armamento apreendido pela 2ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Minas Gerais nos últimos 11 anos


Resumo

O Brasil, conforme relatório da OMS de 2014, liderava em mortes por arma de fogo, evidenciando um crescente problema de segurança pública, especialmente onde a criminalidade é alta. Este estudo analisou dados da 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Minas Gerais entre 2012-2022, buscando o perfil do portador ilegal de armas e os tipos mais comuns. De acordo com os resultados obtidos, o ano de 2015 teve o maior número com 71 apreensões, totalizando 576 ao longo do período, com destaque para espingardas (37,3%) e armas de calibre .32 (26,4%). A maioria das ocorrências não envolveu drogas (87,2%). O perfil típico do indiciado inclui homens (92,26%), brancos (57,99%), acima de 40 anos, com ensino fundamental completo (52,6%) e apresentando algum vínculo empregatício (54,12%). A cidade de Alfenas teve mais ocorrências (153), seguida pela cidade de Machado (96). Comparando-se os períodos pré-pandemia (PP) e durante a pandemia (DP), no período PP o mês de março registrou o maior número de apreensões (50) enquanto que no período DP o mês que registrou maior número de apreensões foi agosto (16). O tipo de armamento apreendido tanto no PP como no DP foi a espingarda calibre .32 e .22, seguida do revólver. O tipo de munição apreendida no PP foi a 380 seguida da 12 e 28 e DP a .32 e .38, tanto no período pré como durante o período da pandemia o porte ilegal de armas foi a principal natureza das apreensões. Assim, conclui-se que o perfil dos indiciados permaneceu semelhante, com redução significativa das ocorrências durante a pandemia de COVID-19.


Referências

  1. R. Dantas. Porte de armas de fogo: aspectos históricos, administrativos e criminais. 2022. Retirado em: 03/05/2024 de, https://blog.lfg.com.br/estudos/porte-de-armas/.
  2. R. Westin. Incentivados na Colônia e no Império, cidadãos armados se tornaram preocupação nacional só nos anos 1990. Senado Federal, [S. l.], ano 2021, n. 77, p. 1-1, 9 abr. 2021. Retirado em: 02/05/2024, de https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivos/armamentoda-populacao-foi-incentivado-na-colonia-e-no-imperio-e-so-virou-preocupacao-nosanos1990#:~:text=Ao%20longo%20dos%20primeiros%20500, restringir%20o%20acesso%20%C3 %A0s%20armas.
  3. M. Verenicz. Circulação de armas aumenta e homicídios no Brasil voltam a crescer. Carta Capital, 2021. Acesso em: 03 de maio de 2024.
  4. M. Demetrius. Estatuto de controle de armas de fogo - Projeto de Lei 3722/12: JusBrasil, 2018. Retirado em 03/04/2024 de, https://www.jusbrasil.com.br/artigos/estatuto-de-controle-de-armas-de-fogo-projeto-de-lei-3722-12/532823830#:~:text=O%20novo%20Estatuto%20de%20Controle,e%20portar%20armas%20de%20fogo.
  5. Agência Brasil. Agência Brasil. Retirado em 10/04/2024 de, https://agenciabrasil.ebc.com.br/.
  6. A.C.M. Melo. Juventude e violência no Brasil, 2000-2014: perfil epidemiológico e fatores associados à mortalidade e morbidade por agressões e 33 envolvimentos em brigas com armas. Tese de Doutorado. Departamento de Saúde Coletiva, Universidade de Brasília (2016).
  7. F.S. Abreu. Perfil epidemiológico das agressões por arma de fogo e arma branca no interior da Bahia. Saúde.com 10 (4): 360-367 (2015). Retirado em 8/5/2024 de, https://periodicos2.uesb.br/index.php/rsc/article/view/32.
  8. R.F.C. Trindade; F.A.M.M. Costa; P.P.A.C. Silva; G.B. Caminiti; C.B. Santos. Map of homicides by firearms: profile of the victims and the assaults. Revista da Escola de Enfermagem da USP 49(5): 748-755 (2015). http://dx.doi.org/10.1590/s0080-623420150000500006.
  9. R.W. Blum; K. Nelson-Mmari. The health of young people in a global context. J. Adolesc. Health 35(5): 402-418 (2004). Retirado em 8/5/2024 de, https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15488435/.
  10. M.E. Reichenheim, et al. Violence and injuries in Brazil: the effect, progress made, and challenges ahead. Lancet 377(9781): 1962-1975 (2011). https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)60053-6.
  11. M.A.F. Ribeiro-Junior; P.R. Néder; S.S. Augusto, et al. Current state of trauma and violence in São Paulo - Brazil during the COVID-19 pandemic. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões 48, 2021. http://dx.doi.org/10.1590/0100-6991e-20202875.
  12. S. Ameratunga; S. Denny. GBD 2013: a window into the world of young people. Lancet 387 (10036): 2353-2354 (2016). https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)30296-3/abstract.
  13. Ministério da Saúde. BRASIL. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/covid19/como-se-protege>. Acesso em: 02 mai. 2024.
  14. G. Mohler, et al. Impact of social distancing during COVID-19 pandemic on crime in Los Angeles and Indianapolis. Journal of Criminal Justice 68 (101692), (2020). Retirado em 02/05/2024 de, https://doi.org/10.1016/j.jcrimjus.2020.101692.
  15. L.E. Cohen, M. Felson. Social Change and Crime Rate Trends: a routine activity approach. American Sociological Review 44(4): 588, (1979). http://dx.doi.org/10.2307/2094589.

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.

Direitos de Autor (c) 2024 Revista Brasileira de Criminalística

Compartilhe

Autor(es)