Resumo
A prática da necropsia não se alterou muito no decorrer dos séculos. Contudo, com o crescimento de comunidades judaicas e muçulmanas, e pela própria recusa de familiares, a taxa de realização da necropsia decaiu ao redor do mundo. Visto isso, a implementação de técnicas não ou minimamente invasivas fez com que o diagnóstico por imagem fosse rapidamente considerado uma alternativa. Assim, a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM) se apresentaram como métodos possíveis a serem utilizados. Devido ao curto tempo de aquisição das imagens, excelente identificação anatômica, capacidade de avaliar danos ósseos e a destacar presença de gases e corpos estranhos, a TC foi considerada uma ferramenta muito eficaz. Ainda, pode ser considerada com maior especificidade e sensibilidade em relação à RM para casos de homicídios com arma de fogo, armas brancas além de acidentes de tráfego. Contudo, visto ao seu detalhamento de tecidos moles a RM apresenta superioridade em casos de estupros e hemorragias. A necropsia virtual pode ser uma ferramenta importante em homicídios, mortes naturais e intra-hospitalares, vítimas de abuso e de tentativas de assassinato. Logo, o seu uso em ações penais e investigações criminais mostra-se útil em muitas oportunidades servindo como instrumento jurídico contundente. Visando a aplicabilidade na medicina forense brasileira, este trabalho teve como objetivo compilar artigos científicos em uma revisão literária integrativa para ampliar o conhecimento dos profissionais envolvidos demonstrando a aplicabilidade da imagem em ações processuais e na prática de necropsia.