Análise Criminal como ferramenta de reformulação da Perícia Criminal


Resumo

A perícia criminal precisa de reformulação para ser vista como mais do que uma ferramenta auxiliar aos magistrados no sistema de justiça. A sistematização de seus dados e sua utilização de forma a fortalecer a segurança pública, mais do que a resolução de casos individuais, é o principal caminho para o reconhecimento do seu papel fundamental para toda a sociedade. A análise criminal é uma excelente ferramenta (muito desenvolvida pelos outros órgãos de segurança pública como Polícia Militar e Polícia Civil, mas, ainda, pouco utilizada pela criminalística) para contribuir com a gestão, operacionalização, inteligência e reformulação da perícia criminal. Este trabalho bibliográfico narrativo realizado através de pesquisa em livros, bibliotecas virtuais nacionais e internacionais, e relatórios de órgãos ligados ao governo tem o objetivo de apresentar como a análise criminal pode transformar os resultados dos trabalhos desempenhados pela perícia criminal em ferramentas essenciais não só ao sistema de justiça, mas, também, ferramentas políticas e sociais, o que contribui com uma maior alocação de recursos, popularização do trabalho pericial e sua consequente ascensão na segurança pública. A sistematização de dados sobre vestígios e provenientes da análise pericial com a utilização da análise criminal (administrativa, tática e estratégica) podem contribuir com uma gestão mais eficiente, e com um papel mais ativo nas atividades de segurança pública e inteligência policial, contribuindo com a difusão de seu trabalho para a sociedade.


Palavras-chave

Análise Criminal
Perícia Criminal
Inteligência Forense
Gestão
Segurança Pública.

Referências

  1. Secretaria Nacional de Segurança Pública (organização e revisão de I.S. Figueiredo; A.C. Cambeses Pareschi). Diagnóstico da perícia criminal no Brasil. Ministério da Justiça. Brasil (2013) 9-12.
  2. G. Mingardi. A Investigação de Homicídios: construção de um modelo. Relatório de Pesquisa do Concurso Nacional de Pesquisas Aplicadas em Segurança Pública e Justiça Criminal. Secretaria Nacional de Segurança Pública (2006).
  3. M. Misse. O inquérito Policial na cidade do Rio de Janeiro: Resultados Preliminares. Cadernos Temáticos da CONSEG. Ministério da Justiça. Brasil 17-28 (2009).
  4. Conselho Nacional do Ministério Público. Diagnóstico da Investigação de Homicídios no Brasil – Relatório Nacional da Meta 2. Brasil (2012).
  5. R.B. Santos. Crime analysis with crime mapping. 3ª edition. Sage. United States of America (2013).
  6. A.P.M. Miranda; S.L. Guedes; D. Borges; C. Beato; E. Souza; P.A.S. Teixeira. A Análise Criminal e o Planejamento Operacional. Riosegurança. Brasil 10-13 (2008).
  7. S. Gottlieb; S. Arenberg; R. Singh. Crime analysis: From first report to final arrest. Alpha. United States of America (1994).
  8. J.P. Campos. Análise Criminal na Polícia Técnico-Científica: estudo sobre apreensão de drogas e exame de constatação preliminar. Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de Especialização em Gerenciamento de Segurança Pública (CEGESP), Universidade Estadual de Goiás (2018).
  9. D. Osborne; S. Wernicke. Introduction to Crime Analysis: basic resources for criminal justice practice. 1ª edition. Routledge. United States of America (2003) 5-6.
  10. UNODC. Recommended Methods for Identification and Analysis of Cannabis and Cannabis Products. United Nations. United States of America (2009).
  11. P. Esseiva; S. Ioset; F. Anglada; L. Gasté; O. Ribaux; P. Margot; A. Gallusser; A. Biedermann; Y. Specht; E. Ottinger. Forensic drug intelligence: an important tool in law enforcement. Forensic Sci. Int. 167: 247–254 (2007).
  12. O. Ribaux; S.J. Walsh; P. Margot. The contribution of forensic science to crime analysis and investigation: forensic intelligence. Forensic Sci Int. 156: 171-181 (2006).
  13. RIBPG. XI Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Ministério da Justiça. Brasil (2019).
  14. International Association of Crime Analysts (IACA). Definition and types of crime analysis. White Paper 2014-02 (2014).
  15. L.C. Magalhães. Analista criminal é figura estratégica na gestão pública. Rev Cons Jur Fev: 2 (2008). Retirado em 20/10/2019, de https://www.conjur.com.br/2008-fev-12/analista_criminal
  16. _figura_estrategica_gestao_publica?imprimir=1
  17. WHO. Global Status Report on Road Safety 2018. World Health Organization. Switzerland (2018).
  18. C. Roux; F. Crispino; O. Ribaux. From Forensics to Forensic Science. Current Issues in Criminal Justice 24: 7-24 (2012).
  19. K.J. Strom; M.J. Hickman. Unanalyzed Evidence in Law Enforcement Agencies. Criminology & Public Policy 9: 381–404 (2010).
  20. K.J. Strom; M.J. Hickman; H. Smiley-McDonald; J. Ropero-Miller; P. Stout. Crime Laboratory Personnel as Criminal Justice Decision Makers: A Study of Controlled Substance Case Processing in Ten Jurisdictions. Forensic Science Policy & Management: An International Journal. 2: 57-69 (2011).
  21. Secretaria Nacional de Segurança Pública (organização A.C.C. Pareschi; C.L. Engel; G.C. Baptista. Investigação criminal e avaliação de políticas de segurança pública. Coleção Pensando a Segurança Pública; v.7. Ministério da Justiça. Brasil (2016).
  22. S.A. Bradbury; A. Feist. The Use of Forensic Science In Volume Crime Investigations: A Review of the Research Literature. Home Office Online Report 43 (2005).
  23. M.J. Saks; D.M. Risinger; R. Rosenthal; W.C. Thompson. Context effects in forensic science: a review and application of the science of science to crime laboratory practice in the United States, Sci. Justice 43: 77–90 (2003).
  24. P. Margot. Commentary on the Need for a Research Culture in the Forensic Sciences. UCLA Law Review 58: 795–801 (2011).

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Criminalística

Versões

Compartilhe

Download

Autor(es)

  • Joara de Paula Campos,
  • Joara de Paula Campos

    Superintendência da Polícia Técnico-Científica de Goiás

    https://orcid.org/0000-0003-1731-9926

    Perita Criminal de Local de Crime da Polícia Téncico-Científica de Goiás. Biomédica (UNESP) com Aprimoramento em Histopatologia e Biologia Forense (USP), Mestrado em Genética (UNESP), Especialização em Gerenciamento de Segurança Pública (UEG), Doutoranda em Direitos Humanos (UFG).

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)