Resumo
Equipes do Instituto de Criminalística de São Paulo recebem motosserras envolvidas em investigações de desmatamento em áreas de preservação. Objetivamos verificar se a partir da serragem coletada nas motosserras com fragmentos de lenho e casca é possível diferenciar materiais provenientes de Araucaria angustifolia (nativa), Pinus spp. e Eucalyptus spp. (exóticas). Tal conhecimento é crucial para o esclarecimento de crimes ambientais, particularmente onde ocorre A. angustifolia, espécie sob risco de extinção. Obtivemos amostras de troncos de árvores adultas de A. angustifolia, Pinus spp., Eucalyptus spp., e Corymbia citriodora. Nossas amostras de lenho e casca são materiais remanescentes de outros estudos do grupo no Instituto Florestal (material referência). Adicionalmente, com a motosserra obtivemos serragens de A. angustifolia, Pinus caribaea e Eucalyptus grandis, com códigos para não visualizar as espécies investigadas. Preparamos todas as amostras com base na metodologia padrão para maceração da madeira e casca. Então, preparamos lâminas histológicas e analisamos comparativamente diversas lâminas no microscópio de luz. Confirmamos pela análise de serragem de motosserras que é possível obter fragmentos de células que contribuem para separar os gêneros de plantas estudados. Por exemplo, as paredes das traqueídes de A. angustifolia possuem pontoações poligonais, com duas ou mais pontoações alternas, enquanto que em Pinus spp., há pontoações circulares, geralmente com pontoações unisseriadas nas paredes radiais, e pontoações opostas se houver mais de uma linha. Além disso, apenas em Eucalyptus spp. foram encontrados elementos de vaso e fibras nos fragmentos de madeira. Também foram encontradas células da casca e de tecidos imaturos que colaboram na investigação.