Análise palinológica de um filtro de ar-condicionado veicular


Resumo

A Palinologia é uma área de grande potencial de aplicação forense, mas ainda pouco adotada. Através da interpretação ambiental de assembleias polínicas presentes nas peças examinadas, é possível orientar investigações sobre a procedência delas. Nesse escopo, o presente estudo teve por objetivo realizar a análise palinológica em um filtro de ar-condicionado de automóvel, com percurso conhecido na região metropolitana da cidade de São Paulo e imediações, para avaliar a metodologia e o potencial resolutivo no contexto forense brasileiro. Os grãos encontrados foram analisados morfologicamente e identificados nos níveis de família e gênero. A assembleia de grãos de pólen e esporos é compatível com os locais por onde o automóvel trafegou, principalmente áreas de florestais com perturbação urbana, cerrado e áreas de silvicultura.


Palavras-chave

Palinologia

Referências

  1. A. Traverse. Paleopalynology, 2ª edição. The Netherlands: Springer (2007).
  2. K. Walsh; M. Horrocks. Palynology: Its Position in the Field of Forensic Science. Journal Of Forensic Sciences 53(5): 1053-1060 (2008).
  3. F.H.M. Silva. Palinologia Forense na Bahia: relatos de um projeto pioneiro. In: M.M. Amaral. A Botânica vai ao tribunal. São Carlos: RiMa (2019).
  4. V.M. Bryant; D.C. Mildenhall. Forensic Palynology: A New Way to Catch Crooks. In: V.M. Bryant; J.H. Wrenn. New Developments in Palynomorph Sampling, Extraction and Analysis. 33 ª edição AASP Foundation. 145-155 (1998).
  5. L.A. Milne; V.M. Bryant; D.C. Mildenhall. Forensic Palynology – Cap. 14. In: H.M. Coyle. Forensic Botany: Principles and Applications to Criminal Casework. Boca Raton: Crc Press (2005) 217-252.
  6. P. E. Oliveira. O Bioma em uma Caixa: Reconstrução de Ambientes pela Palinologia. In: M.M. Amaral. A Botânica vai ao tribunal. São Carlos: RiMa (2019).
  7. M.M. Amaral. Botânica e Palinologia Forenses. In: C.R. Dias; P.A. Francez. Introdução à Biologia Forense 3ª edição, Campinas: Millennium (2022).
  8. C.R. Dias. Cadeia de custódia: do local de crime ao trânsito em julgado; do vestígio à evidência. Revista dos Tribunais (São Paulo) 883: 437-451 (2009).
  9. V.M. Bryant. Pollen and Spore Evidence in Forensics. In: A. Jamieson; A. Moenssens. Wiley Encyclopedia of Forensic Science, Nova Jersey: John Wiley & Sons (2014) 1-16.
  10. S. More; K.K. Thapa; S. Bera. Potential of Dust and Soot from Air-Filters of Motor Vehicle Engines as a Forensic Tool: First Experimental Palynological Approach in India. Journal of Forensic Research 4 (2013). DOI:10.4172/2157-7145.1000177.
  11. E.A. Orijemie; I. Israel. Palynomorphs and travel history of vehicles in Nigeria. Aerobiologia 35(3): 497-510 (2019).
  12. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de Dados de Informações Ambientais – BdiA (2019).
  13. R.R. Rodrigues; V.L.R. Bononi (Orgs.) Diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no estado de São Paulo, São Paulo: Instituto de Botânica/Programa BIOTA/FAPESP (2008).
  14. M.G.L. Wanderley; G.J. Shepherd; A.M. Giulietti (Ed.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, São Paulo: Hucitec (2001).
  15. E.H.P. Barretto; E.L.M. Catharino. Florestas maduras da região metropolitana de São Paulo: diversidade, composição arbórea e variação florística ao longo de um gradiente litoral-interior, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 42(3): 445-469 (2015).
  16. P.E.J. Wiltshire. Protocols for forensic palynology. Palynology 40(1): 4-24 (2015).
  17. G. Erdtman. The acetolysis method. A revised description. Svensk Bot. Tidskr. 54: 561–564 (1960).
  18. M.L. Salgado-Labouriau. Critérios e Técnicas Para o Quaternário, São Paulo: Edgard Blucher (2007).
  19. M.L. Salgado-Labouriau. Contribuição à Palinologia dos Cerrados, Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências (1973).
  20. P. Colinvaux; P.E. de Oliveira; J.E.M. Patiño. Amazon Pollen Manual and Atlas: Manual e Atlas Palinológico da Amazônia, The Netherlands: Harwood Academic Publishers (1999).
  21. T.S. Melhem; M.A.V. Cruz-Barros; A.M.S. Corrêa; H. Makino-Watanabe; M.S.F.S. Capelato; V. Gonçalves-Esteves. Variabilidade polínica em plantas de Campos de Jordão (São Paulo, Brasil). Boletim do Instituto de Botânica 16: 9-104 (2003).
  22. M.A.V. Cruz-Barros; A.M.S. Corrêa; E.C. Gasparino; V.B. Paes. Flora Polínica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São Paulo, Brasil): Família: 90 - Melastomataceae. Hoehnea 34(4): 531-552 (2007).
  23. S.G. Bauermann; A.C.P. Evaldt; J.R. Zanchin; S.A.L. Bordignon. Diferenciação polínica de Butia, Euterpe, Geonoma, Syagrus e Thritrinax e implicações paleoecológicas de Arecaceae para o Rio Grande do Sul. Iheringia: Série Zoologia 65(1): 35-46 (2010).
  24. A.G. Freitas; M.A. Carvalho. Análise Morfológica e Inferências Ecológicas de Grãos de Pólen e Esporos (últimos~8.000 anos) da Lagoa da Ferradura, Armação dos Búzios, RJ, Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia 15(3): 300-318 (2012).
  25. P.P. Oliveira; F.A.R. dos Santos. Prospecção Palinológica em Méis da Bahia, Feira de Santana: Print Mídia (2014).
  26. C.I. Silva (Org.). Catálogo Polínico: das plantas usadas por abelhas no Campus da USP de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto: Holos (2014).
  27. R.F. Cassino; C.T. Martinho; S. Caminha. Diversidade de Grãos de Pólen das Principais Fitofisionomias do Cerrado e Implicações Paleoambientais. Gaea - Journal Of Geoscience 9(1:) 4-29 (2016).
  28. F.L. Lorente; A.A. Buso Júnior; P.E. de Oliveira; L.C.R. Pessenda. Atlas Palinológico: Laboratório 14C - Cena/USP, Piracicaba: FEALQ (2017).
  29. E.F. Penhalber; W.M. Vani. Floração e chuva de sementes em mata secundária em São Paulo, SP. Revista Brasileira de Botânica 20(2): 205-220 (1997).
  30. M.A. Batalha. Análise da vegetação da ARIE Cerrado Pé-de-Gigante (Santa Rita do Passo Quatro, SP). Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo (1997).
  31. R. Dislich; W. Manotovani. A Flora de Epífitas Vasculares da Reserva da Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira” (São Paulo, Brasil). Boletim de Botânica 17: 61-83 (1998).
  32. M. Mantovani; A.R. Ruschel; M.S dos Reis; A. Puchalski; R.O. Nodari. Fenologia Reprodutiva de Espécies Arbóreas em uma Formação Secundária da Floresta Atlântica. Revista Árvore 27(4): 451-458 (2003).
  33. L.S. Kinoshita; R.B. Torres; E.R. Forni-Martins; T. Spinelli; Y.J. Ahn; S.S. Constâncio. Composição florística e síndromes de polinização e de dispersão da mata do Sítio São Francisco, Campinas, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(2): 313-327 (2006).
  34. E. Gressler. Floração e frutificação de Myrtaceae de floresta atlântica: limitações ecológicas e filogenéticas. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Rio Claro (2005).
  35. P.E.R. Carvalho. Pequizeiro Caryocar brasiliense. Embrapa Informação Tecnológica, Colombo 1: 1-10 (2009).
  36. E.H.P. Barretto. Florestas climácicas da região metropolitana de São Paulo – SP: caracterização florística, estrutural e relações fitogeográficas. Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo (2013).
  37. C.V.F. Marmontel; V.A. Rodrigues; T.M. e Martins; R. Starzynski; J.L. de Carvalho. Caracterização da Vegetação Secundária do Bioma Mata Atlântica com Base em sua Posição na Paisagem. Bioscience Journal 29(6): 2042-2052 (2013).
  38. ABAF. Anuário Brasileiro de Silvicultura, Santa Cruz do Sul: Gazeta (2016).
  39. H. Ogata; E.P.C. Gomes. Estrutura e composição da vegetação no Parque CEMUCAM, Cotia, SP. Hoehnea 33( 3): 371-384 (2006).
  40. R.P.G. Rosario. Estágios sucessionais e o enquadramento jurídico das florestas montanas secundárias na Reserva Florestal do Morro Grande (Cotia, SP) e entorno. Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo (2010).
  41. F.A.R.D.P. Arzolla; F.E.S.P. Vilela; G.C.R. de Paula; G.J. Shepherd; F. Descio; C. de Moura. Composição florística e a conservação de florestas secundárias na Serra da Cantareira, São Paulo, Brasil. Revista do Instituto Florestal, São Paulo 23(1): 149–171 (2011).
  42. R. Reitz; R.M. Klein; A. Reis. Projecto Madeira de Santa Catarina. Sellowia 28: 11-330 (1978).
  43. H.F. Leitão-Filho. Ecologia da Mata Atlântica de Cubatão (São Paulo), São Paulo: Editora Unesp (1993).
  44. G.M. Barroso; M. Peron. Myrtaceae. In: M.P.M. Lima; R.R. Guedes-Bruni. Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo-RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares, Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro - 1 (1994) 259–302.
  45. M.R. Tanus; M. Pastore; R.S. Bianchini; E.P.C. Gomes. Estrutura e composição de um trecho de Mata Atlântica no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 39(1): 157-168 (2012).
  46. R.J.F. Garcia; J.R. Pirani. Estudo Florístico dos Componentes Arbóreo e Arbustivo da Mata do Parque Santo Dias, São Paulo, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 19: 15-42 (2001).
  47. R. Dislich. Análise da vegetação arbórea e conservação na Reserva Florestal da Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira", São Paulo, SP. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo ( 2002).
  48. J.E. Dias; L.C. Laureano. Farmacopeia popular do Cerrado, Cidade de Goiás: Articulação Pacari (2009).
  49. K.G. Kissmann; D. Groth. Plantas infestantes e nocivas, Tomo II, São Paulo: Basf Brasileira S.A. (1992).
  50. H. Lorenzi. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, Nova Odessa: Plantarum (1992).
  51. J.A.A. Neto; F.R. Martins; G.E. Valente. Composição Florística e Espectro Biológico na Estação Ecológica de Santa Bárbara, Estado de São Paulo, Brasil. Revista Árvore, Viçosa 31(5): 907-922 (2007).
  52. R. Gribel; J.D. Hay. Pollination ecology of Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) in Central Brazil cerrado vegetation. Journal of Tropical Ecology 9: 199-211 (1993).
  53. V.F. Melo; S.A. Testoni; L. Dawson; A.G. de Lara AG, F.A. da Silva Salvador. Can analysis of a small clod of soil help to solve a murder case? Sci Justice 59(6): 667-677 (2019).
  54. F.J.V. Costa; J.P Sena-Souza; G.B. Nardoto. Determinação da origem geográfica de vestígios utilizando isótopos estáveis: base científica e potencial de uso no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Policiais 10(1): 15-54 (2019)

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Criminalística

Compartilhe

Download

Autor(es)

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)