Uso do diagnóstico por imagem aplicado à Medicina Forense


Resumo

A prática da necropsia não se alterou muito no decorrer dos séculos. Contudo, com o crescimento de comunidades judaicas e muçulmanas, e pela própria recusa de familiares, a taxa de realização da necropsia decaiu ao redor do mundo. Visto isso, a implementação de técnicas não ou minimamente invasivas fez com que o diagnóstico por imagem fosse rapidamente considerado uma alternativa. Assim, a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM) se apresentaram como métodos possíveis a serem utilizados. Devido ao curto tempo de aquisição das imagens, excelente identificação anatômica, capacidade de avaliar danos ósseos e a destacar presença de gases e corpos estranhos, a TC foi considerada uma ferramenta muito eficaz. Ainda, pode ser considerada com maior especificidade e sensibilidade em relação à RM para casos de homicídios com arma de fogo, armas brancas além de acidentes de tráfego. Contudo, visto ao seu detalhamento de tecidos moles a RM apresenta superioridade em casos de estupros e hemorragias. A necropsia virtual pode ser uma ferramenta importante em homicídios, mortes naturais e intra-hospitalares, vítimas de abuso e de tentativas de assassinato. Logo, o seu uso em ações penais e investigações criminais mostra-se útil em muitas oportunidades servindo como instrumento jurídico contundente. Visando a aplicabilidade na medicina forense brasileira, este trabalho teve como objetivo compilar artigos científicos em uma revisão literária integrativa para ampliar o conhecimento dos profissionais envolvidos demonstrando a aplicabilidade da imagem em ações processuais e na prática de necropsia.


Palavras-chave

autópsia virtual
necropsia
tomografia computadorizada
ressonância magnética

Referências

  1. L.C.L Prestes JR; R. Ancillotti. Manual de técnicas em necropsia médico-legal. Rubio, Brasil, 1-6, 2009.
  2. M.J. Thali; C. Jackowski; L. Oesterhelweg; S.G. Ross; R. Dirnhofer. Virtopsy – The Swiss virtual autopsy approach. Leg. Med. 9, 100-104, 2007.
  3. I.S.D. Roberts; R.E. Benamore; E.W. Benbow; S.H. Lee; J.N. Harris; A. Jackson; S. Mallett; T. Pantakar; C. Peeble; C. Roobottom; Z.C Traill. Post-mortem imaging as an alternative to autopsy in the diagnosis of adult deaths: a validation study. Lancet 379, 136-142, 2012.
  4. D. Wichman; A. Heinemann; S. Zahler; H. Vogel; W. Hopker; K. Puschel; S. Kluge. Prospective study of device-related complications in intensive care unit detected by virtual autopsy. Br. J. Anaesth. 120, 1229-1236, 2018.
  5. A.S. Bolliger; M.J. Thali. Imaging and virtual autopsy: looking back and forward. Phil. Trans. R. Soc. B 370, 1-7, 2015.
  6. L.J.P. Sonnemans; B. Kubat; M. Prokop; W.M. Klein. Can virtual autopsy with postmortem CT improve clinical diagnosis of cause of death? A retrospective observational cohort study in a Dutch tertiary referral centre. BMJ Open 8, 1-9, 2018.
  7. S.E. Westphal; J. Apitzch; T. Penzkofer; A.H. Mahnken; R. Knüchel. Virtual CT autopsy in clinical pathology: feasibility in clinical autopsies. Virchows Arch 461, 211-219, 2012.
  8. C.F. de Freitas. Imaginologia. Artes Médicas Ltda, Brasil, 11-12, 2014.
  9. S. Grabherr; C. Egger; R. Vilarino; L. Campana; M. Jotterand; F. Dedouit. Modern post-mortem imaging: an update on recent developments. Forensic Sci Res 2, 52-64, 2017.
  10. S. Ross; L. Ebner; P. Flach; R. Brodhage; S.A. Bolliger; A. Christe; M.J. Thali. Postmortem Whole-Body MRI in Traumatic Causes of Death. Am J Roentgenol 199, 1186-1192, 2012.
  11. A. Panda; A. Kumar; S. Gamanagatti; B. Mishra. Virtopsy Computed Tomography in Trauma: Normal Postmortem Changes and Pathologic Spectrum of Findings. Curr Probl Diagn Radiol 44, 391-406, 2015.
  12. D. Gascho; M.J.Thali; T. Niemann. Post-mortem computed tomography: Technical principles and recommended parameter settings for high-resolution imaging. Med Sci Law 58, 70-82, 2018.
  13. A. Christe; P. Flach; S. Ross; D. Spendlove; S. Bolliger; P. Vock; M.J. Thali. Clinical radiology and postmortem imaging (Virtopsy) are not the same: specific and unspecific postmortem signs. Leg Med 12, 215-22, 2010.
  14. O.J. Arthurs; J.C. Hutchison; N.J. Sebire. Current issues in postmortem imaging of perinatal and forensic childhood deaths. Forensic Sci Med Pathol 13, 58-66, 2017.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Criminalística

Compartilhe

Download

Autor(es)