Morte por causa indeterminada: estudo dos laudos necroscópicos no Instituto Médico Legal de Vera Cruz, Bahia


Abstract

The cause of death is not always established immediately after the necropsy. If there is no immediate definition, it is considered as death from an undetermined cause. The elucidation of the cause of death is relevant both in the legal scenario and in the establishment of public policies. In this context, this study aimed to analyze the deaths from undetermined causes at the Legal Medical Institute of Vera Cruz/Bahia, from June/2018 to December/2019, in addition to describing the epidemiological profile, macroscopic necroscopic changes, the required tests and the death scenario. An observational and retrospective study was performed, analyzing sociodemographic characteristics, necroscopic findings, requested exams and suspected violence. Over the course of the study, 314 deaths were investigated, 11.8% of which due to an undetermined cause. In these, age 45,0+18,0 years old was verified, a predominance of men (75.7%), brown skin (51.3%), single (51.3%), with an unknown profession (24.3%), whose death occurred at home (37.9%) or hospital (35.1%). It was found that 35.1% were suspected of having an external cause, due to poisoning (46.2%) or drowning (23.0%); 59.4% accomplished exams, predominantly toxicological (72.7%); 59.4% had lesions, mainly bloody nasal discharge (27.3%); and 45.9% of the bodies were already in putrefaction. This study suggests that the number of deaths from undetermined causes may reflect the high demand for necropsies in individuals who died from probable natural causes and the advanced state of body putrefaction. It is believed that the implementation of the death verification system in this city will contribute to the optimization of this scenario, favoring the reduction of deaths from ill-defined causes.


References

  1. H. Gomes, Medicina Legal, 32 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1997.
  2. L. S. Bordoni, D. A. B. Ribeiro, and P. H. C. Bordoni. Causa Indeterminada de Morte: Possíveis Determinantes e Implicações para a Medicina Legal da Ausência do Serviço de Verificação de Óbitos. Brazilian J. Forensic Sci. Med. Law Bioeth. 6:500–521(2017).
  3. CREMEC. Parecer 07/2009. Atestado de óbito: Como fornecer declarações de óbitos a pacientes sem quaisquer documentos de identidade? Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (2009). Retirado em 14/04/2020, de https://sistemas.cfm.org.br/normas/arquivos/pareceres/CE/2009/7_2009.pdf.
  4. F. S. S. Pinto, M. S. Lucena, A. C. M. Andrade, and K. M. Avena. Vítimas fatais por arma de fogo de mão em Salvador-Bahia: um olhar sobre perfil epidemiológico da última década. Rev. Bras. Crim. 10: 72–79 (2021).
  5. Governo de São Paulo; Secretaria da Segurança Pública. Instituto Médico Legal: Institucional. (2021). Retirado em 26/02/2020, de https://www.ssp.sp.gov.br/fale/institucional/answers.aspx?t=3.
  6. L. C. C. Galvão. Medicina Legal. Santos (2012).
  7. M. A. Rozman; J. Eluf-Neto. Necropsia e mortalidade por causa mal definida no Estado de São Paulo, Brasil. Rev. Panam. Salud Pública. 20: 307–313 (2006).
  8. CREMERJ. Parecer 120/2003. Questões relativas a óbito lavrado com causa mortis indeterminada. Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro. Retirado em 25/02/2020, de http://www.portalmedico.org.br/pareceres/crmrj/pareceres/2003/120_2003.htm.
  9. IBGE. Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro, 2010.
  10. G. V. França. Tanatologia Médico-legal. 10a Edição. Rio de Janeiro, 2015.
  11. A. A. George; K. Molina. The frequency of truly unknown/undetermined deaths: A review of 452 cases over a 5-year period. Am. J. Forensic Med. Pathol. 36: 298–300 (2015).
  12. A. B. C. Cardoso. Serviços de verificação de óbitos: características e contribuições para o esclarecimento de causas de morte. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná, 2007.
  13. C. B. G. Martins; M. H. P. M. Jorge. Óbitos por causas externas em cuiabá, 0 a 24 anos: Perfil das vítimas e famílias segundo a intencionalidade. Rev. Bras. Epidemiol. 16: 454–468 (2013).
  14. N. A. Paes. Qualidade das estatisticas de óbitos por causas desconhecidas dos Estados brasileiros. Rev. Saude Publica. 41: 436–445 (2007).
  15. P. C. L. Siviero; L. G. de Souza; C. J. Machado. Diferenciais de mortalidade por sexo no município de São Paulo em 2005 e 2016: contribuição dos grupos etários e das principais causas de óbito. Rev. Bras. Estud. Popul. 36: 1–23 (2019).
  16. L. G. Souza; P. C. L. Siviero. Diferenciais por sexo na mortalidade evitável e ganhos potenciais de esperança de vida em São Paulo, SP: um estudo transversal entre 2014 e 2016. Epidemiol. e Serviços Saúde. 29: e2018451 (2020).
  17. M. B. A. Barros; N. J. Botega; P. Dalgalarrondo; L. Marín-León; H. B. de Oliveira. Prevalence of alcohol abuse and associated factors in a population-based study. Rev. Saude Publica. 41: 502–509 (2007).
  18. L. C. Preis; G. Lessa; F. S. V. Tourinho; J. L. G. Santos. Epidemiologia da mortalidade por causas externas no período de 2004 a 2013. Rev. Enferm. UFPE online. 12: 716–728 (2018).
  19. C. Pritchard; S. Hean. Suicide and undetermined deaths among youths and young adults in Latin America: Comparison with the 10 major developed countries - A source of hidden suicides?. Crisis. 29: 145–153 (2008).
  20. N. M. Fiorio; L. S. Flor; M. Padilha; D. S. Castro; M. C. B. Molina. Mortalidade por raça/cor: Evidências de desigualdades sociais em Vitória (ES), Brasil. Rev. Bras. Epidemiol. 14: 522–530 (2011).
  21. Governo do Estado da Bahia. Boletim de Conjuntura - Mercado de Trabalho - 1° Trimestre de 2020. (2020).
  22. A. P. Silveira; H. Vetorazo. A democracia racial na base nacional comum curricular: permanências e/ou rupturas?. Bol. Conjunt. 5: 75–86 (2021).
  23. C. H. C. C. Pinto; M. G. I. Gurgel; M. D. S. Alves; M. L. L. Passos; S. A. N. Diniz; M. R. Conceição. Investigação de óbitos por causas mal definidas: estratégia de fortalecimento da vigilância em saúde. Rev. da Rede Enferm. do Nord. 13: 871–879 (2012).
  24. A. S. Lopes; V. M. A. Passos; M. F. M. Souza; A. M. Cascão. Melhoria da qualidade do registro da causa básica de morte por causas externas a partir do relacionamento de dados dos setores Saúde, Segurança Pública e imprensa, no estado do Rio de Janeiro, 2014. Epidemiol. e Serviços Saúde. 27: e2018058 (2018).
  25. N. Huguet; B. H. McFarland; M. S. Kaplan. A Comparison of Suicides and Undetermined Deaths by Poisoning among Women: An Analysis of the National Violent Death Reporting System. Arch. Suicide Res. 19: 190–201 (2015).
  26. M. Drumond Jr; M. M. T. A. Lira; M. Freitas; T. M. V. Nitrini; K. Shibao. Avaliação da qualidade das informações de mortalidade por acidentes não especificados e eventos com intenção indeterminada. Rev. Saude Publica. 33: 273–280 (1999).
  27. N. G. Choi; D. M. Dinitto; C. N. Marti; B. Y. Choi. Poisoning deaths among late-middle aged and older adults: Comparison between suicides and deaths of undetermined intent. Int. Psychogeriatrics. 31: 1159–1169 (2019).
  28. C. Prestes; M. C. N. Costa; R. C. Lima; F. R. Barreto; M. G. Teixeira. Tendência da mortalidade por causas mal definidas no estado do Tocantins e na sua capital Palmas, 1998-2014. Epidemiol. e Serviços Saúde. 27: e2017471 (2018).
  29. A. H. Santo. Causas mal definidas de morte e óbitos sem assistência. Rev. Assoc. Med. Bras. 54: 23–28 (2008).
  30. R. B. Guidugli; M. C. C. Padula; M. A. Tartarella; J. F. Graupner; J. Salomão Neto. Causa de mortes de indivíduos encontrados em decomposição na cidade de São Paulo. Diagnóstico Trat. 14: 105–107 (2009).
  31. P. R. L. Corrêa; L. H. Ishitani; S. Lansky; M. R. Santos; R. A. Teixeira; E. B. França. Mudança no perfil de causas de morte após investigação de óbitos hospitalares em Belo Horizonte, 2017. Rev. Bras. Epidemiol. 22: e190009 (2019).
  32. E. França; R. Teixeira: L. Ishitani; B. B. Duncan; et al. Ill-defined causes of death in Brazil: A redistribution method based on the investigation of such causes. Rev. Saude Publica. 48: 671–681 (2014).

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Brazilian Journal of Criminalistics

Share

Author(s)

Most read articles by the same author(s)