Procedimento Operacional Padrão (POP) para perícia de locais de crime contendo vestígios de solo


Resumo

O principal objetivo nas análises de solos forenses é associar o solo coletado em um local de crime com amostras de vestígio coletadas em sapatos, roupas, ferramentas, veículos, e outros objetos do suspeito. As partículas coloidais do solo (principalmente argila) apresentam alta área superficial específica e cargas elétricas de superfície, o que lhes confere grande capacidade de adesão no estado úmido ou molhado a outras superfícies. Neste âmbito, orientar o profissional de perícia na coleta de vestígios e microvestígios de solo em locais de crime para futura realização de análises químicas, físicas e mineralógicas, bem como destinação de alíquotas para exames entomológicos, palinológicos e de metagenômica, é fundamental para que a associação mencionada se estabeleça. O procedimento de coleta de vestígios e microvestígios de solo é uma fase de primordial importância na cadeia de custódia, que deve ser mantida e documentada durante toda a investigação, chegando íntegra até o fim do processo criminal. Consequentemente, todo o processo de coleta que será posteriormente descrito, bem como a armazenagem segura das amostras, a caracterização do solo e os métodos analíticos, requer procedimentos rigorosos, que têm como finalidade tornar o material coletado um elemento probatório e finalmente, assumir validade indubitável no tribunal de justiça.


Palavras-chave

Forensic Sciences
Soil Science
Microtraces
Material transfer
Clay
Ciências Forenses
Ciência do Solo
Microvestígios
Transferência de material
Argila

Referências

  1. Werner, D. et al. Identification of some factors influencing soil transfer on shoes. Sci. Justice 59, 643–653 (2019).
  2. Weyermann, C. & Ribaux, O. Situating forensic traces in time. Sci. Justice 52, 68–75 (2012).
  3. Habtom, H. et al. Applying microbial biogeography in soil forensics. Forensic Sci. Int. Genet. 38, 195–203 (2019).
  4. Fitzpatrick, R. W. Encyclopedia of Forensic Sciences. Encyclopedia of Forensic Sciences (Elsevier, 2013). doi:10.1016/B978-0-12-382165-2.00113-6.
  5. Pirrie, D. Testing the efficiency of soil recovery from clothing for analysis by SEM-EDS. Forensic Sci. Int. 289, 83–91 (2018).
  6. Testoni, S. A., Prandel, L. V., Melo, V. F., Dawson, L. A. & da Silva Salvador, F. A. Conjunctive use of synchrotron X-ray diffraction and Rietveld refinement in Fe-oxide clays for forensic applications. J. Forensic Sci. 67, 2020–2031 (2022).
  7. Yogi, T. A. J., Penrod, M., Holt, M. & Buzzini, P. The relationship between cross-sectional shapes and FTIR profiles in synthetic wig fibers and their discriminating abilities — An evidential value perspective. Forensic Sci. Int. 283, 94–102 (2018).
  8. Pitts, K. M. & Clarke, R. M. The forensic discrimination of quartz sands from the Swan Coastal Plain, Western Australia. Forensic Sci. Int. Reports 2, 100130 (2020).
  9. Zeng, R., Rossiter, D. G., Zhao, Y. G., Li, D. C. & Zhang, G. L. Forensic soil source identification : comparing matching by color , vis-NIR spectroscopy and easily-measured physio-chemical properties Forensic soil source identification : comparing matching by color , vis-NIR spectroscopy and easily-measured physio-c. (2020) doi:10.1016/j.forsciint.2020.110544.
  10. Pires, L. F., Prandel, L. V., Saab, S. da C. & Brinatti, A. M. A novel approach based on X-ray fluorescence and photon attenuation to the analysis of soils for forensic investigation. Rev. Bras. Cienc. do Solo 46, (2022).
  11. Melo, V. F., Testoni, S. A., Dawson, L. A. & Salvador, F. A. da S. Sand fraction is not suitable for forensic investigations in subtropical soils. Rev. Bras. Cienc. do Solo 44, 1–15 (2020).
  12. Testoni, S. A. S. A. et al. Validation of a Standard Operating Procedure (SOP) for Forensic Soils Investigation in Brazil. Rev. Bras. Ciência do Solo 43, 1–18 (2019).
  13. Testoni, S. A., Melo, V. F., Dawson, L. A., Salvador, F. A. S. & Prandel, L. V. Evaluation of soil vestiges in a real crime scene: robbery of a safety deposit box. 1–22 (2017).
  14. Prandel, L. V. et al. Spectroscopic techniques applied to discriminate soils for forensic purposes. Soil Res. 58, 151–160 (2020).
  15. Testoni, S. A. et al. The Use of a Sequential Extraction Technique to Characterize Soil Trace Evidence Recovered from a Spade in a Murder Case in Brazil. J. Forensic Sci. (2020) doi:10.1111/1556-4029.14491.
  16. Melo, V. F., Testoni, S. A., Dawson, L., de Lara, A. G. & da Silva Salvador, F. Can analysis of a small clod of soil help to solve a murder case? Sci. Justice 59, 667–677 (2019).
  17. Testoni, S. et al. Soil Colour and Plant-Wax Markers : Application in Forensic Investigations under Urban Subtropical Environments. 57–71 (2022).
  18. Bisbing, R. E. Trace Evidence in the Real Crime Laboratory. Forensic Lab. Handb. 265–290 (2006) doi:10.1385/1-59259-946-x:265.
  19. Bourguignon, L. et al. Best Practice Manual for the Forensic Comparison of Soil Traces. (2019).
  20. Fontana, A., Chagas, C. da S., Donagemma, G. K., Menezes, A. R. de & Calderano Filho, B. Soils Developed on Geomorphic Surfaces in the Mountain Region of the State of Rio de Janeiro. Rev. Bras. Ciência do Solo 41, 1–17 (2018).
  21. Dimitriu, P. A. & Grayston, S. J. Relationship between soil properties and patterns of bacterial β-diversity across reclaimed and natural boreal forest soils. Microb. Ecol. 59, 563–573 (2010).
  22. Swindles, G. T. & Ruffell, A. A preliminary investigation into the use of testate amoebae for the discrimination of forensic soil samples. Sci. Justice 49, 182–190 (2009).

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Criminalística