Importância do Banco Nacional de Perfis Genéticos para a resolução de crimes sem suspeitos


Resumo

O DNA tem sido empregado como uma prova essencial na investigação e resolução de crimes sem suspeitos. Banco de dados de perfis genéticos foram criados com objetivo de armazenar perfis genéticos obtidos de vestígios encontrados em cena de crime e de agressores. O confronto entre amostra questionada e referência possibilita o match de perfis genéticos, e estes auxiliam na resolução de casos arquivados. Sendo assim, este artigo apresenta dados e discute acerca da importância e a evolução do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), a participação de Estados Brasileiros na colaboração da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) para a resolução de crimes sem suspeitos. Realizou-se uma análise qualitativa e quantitativa, os dados encontrados nos relatórios da RIBPG de novembro de 2014 a maio de 2023. Ao longo dos anos foram cadastrados mais de 190 mil perfis genéticos, e 6.790 matches permitiram auxiliar mais de 5 mil investigações criminais. Portanto, o progresso das investigações forenses no Brasil é resultante do forte crescimento da biologia molecular, que tem permitido através do BNPG solucionar crimes arquivados que não havia suspeitos. Logo, o Banco Nacional de Perfis Genéticos bem como a colaboração da Rede Integrada de Perfis Genéticos apresentou efetividade para resolução de casos criminais, em especial os de crimes sexuais, principalmente na ausência de suspeitos, impedindo a condenação de inocentes e trazendo respostas satisfatórias para a sociedade e para a justiça.


Referências

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Direitos de Autor (c) 2023 Revista Brasileira de Criminalística

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Autor(es)

  • Thiago Maués Amaral,
  • Larissa Nunes Marques,
  • Lorena Santos da Rocha,
  • Pablo Abdon da Costa Francez,
  • Thiago Maués Amaral

    https://orcid.org/0000-0001-6351-164X

    Biólogo formado pela Universidade da Amazônia - UNAMA (2016-2019), Mestre em Biotecnologia Aplicada à Agropecuária, Área de Concentração: Genética Animal, pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (2020-2022), e possui Especialização em andamento em Biologia Molecular e Genética Forense no Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR (2020). Atualmente é doutorando no programa de Genética e Biologia Molecular, Área de Concentração: Genética Humana e Médica, pela Universidade Federal do Pará - UFPA (2022). Estagiou no Laboratório de Genética Molecular (LABGEM) da Embrapa Amazônia Oriental (2017-2019), participando de pesquisas sobre hemoparasitoses de animais de produção e bioensaios para detecção de populações de ectoparasitos resistentes à pesticidas (de interesse pecuário) e na pesquisa de diagnóstico molecular e taxas de infecção de Anaplasma marginale e Babesia bovis em rebanhos bovídeos e em artrópodes parasitas na Amazônia, aplicando diversas técnicas de Biologia Molecular. Participou do Programa de Monitoria Institucional para a disciplina de Citologia e Embriologia Humana (UNAMA - CCBS / 2018.2) e de Biologia Celular e Molecular (UNAMA - CCBS / 2019.1), foi bolsista do Programa de Residência Pedagógica da Unama - Dr. Ulysses Guimarães (CAPES 2018/2020). Tem experiência em Parasitologia e Entomologia (hemoparasitose e ectoparasitas de interesse pecuário), Biologia Celular e Molecular, Genética e Bioinformática.

    Larissa Nunes Marques

    Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses

    Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade da Amazônia - UNAMA, especialização em andamento no curso de Biologia Molecular e Genética Forense pelo Intituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses - INFOR, atualização curricular em Perícias Criminais pelo Programa de Educação Continuada do Portal Educação (2018). Atuou na área da fauna, flora e educação ambiental, tendo exercido a função pelo projeto vivências no Bosque Rodrigues Alves Jardim Botânico - Belém/PA (setembro à dezembro de 2016). Diretora da Acadêmica de Ciências Forenses - LACFOR.

    Lorena Santos da Rocha

    Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Pará(UEPA). Membro do grupo de pesquisa: Gamificação Aplicada aos Métodos de Ensino e à Saúde (GAMES). Membro fundadora da Liga Acadêmica Paraense de Anatomia e Fisiologia Humana(LAPAFH). Membro do Projeto de Extensão Amazonidas.Membro da Diretoria de Pesquisa da Liga Acadêmica de Ciências Forenses (LACFOR). Membro do Projeto de Extensão Amazonidas. Estagiária no Serviço de Enfermagem da Fundação Pública Hospital das Clínicas Gaspar Vianna (FPHCGV).

    Pablo Abdon da Costa Francez

    Possui graduação em Ciências Biológicas modalidade Licenciatura pela Universidade Federal do Pará (1995-1999), graduação em Ciências Biológicas modalidade Bacharelado pela Universidade Federal do Pará (2002-2003), Especialização em Genética Forense pela Universidade Federal do Pará (2005), Especialização em Genética Molecular Humana conferido pela Sociedade Brasileira de Genética (2006), mestrado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Pará (2000-2002) e doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Pará (2007-2011). Atualmente é Perito Criminal - Polícia Técnico- Científica. Tem experiência nas áreas de Perícia Ambiental, Genética de Populações, Genética Forense, Biologia Forense, Tricologia Forense (Análise de pelos e fibras) e Entomologia Forense.

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