Técnica de necropapiloscopia por vesicação com alta temperatura


Resumo

Os principais métodos de identificação de um cadáver desconhecido são o datiloscópico, o odonto-legal, o antropológico e o genético (DNA). Destes, o datiloscópico destaca-se como o mais antigo, o mais utilizado e o de melhor custo-benefício. Um dos desafios na identificação datiloscópica envolve a obtenção de um registro adequado em idosos. A idade avançada faz com que os desenhos digitais se apaguem e a epiderme delgada dificulta a coleta de forma padrão. Vários são os métodos necropapiloscópicos disponíveis para uso nestes casos, mas, como há particularidades em casos individuais, quanto maior o arsenal técnico disponível, maiores as chances de obtenção de um registo adequado. Neste relato é descrita a técnica por vesicação com alta temperatura, que permite a utilização tanto da epiderme como da derme na obtenção do registro datiloscópico. Esta técnica é simples, rápida e de baixo custo, o que permite sua aplicação mesmo em locais com pouca estrutura. E também pode ser realizada em quaisquer casos nos quais haja o apagamento das cristas e sulcos interpapilares. Outra vantagem é não necessitar da remoção do dedo a ser utilizado, minimizando a manipulação e a deformação cadavérica. Os autores esperam que a divulgação desta técnica contribua para sua utilização na prática forense e que estimule estudos sobre ela, para que seja aprimorada pela percepção e correção de eventuais problemas técnicos.


Referências

  1. A.M. Christensen, B.E. Anderson. Chapter 16 - Methods of Personal Identification. In: N.R. Langley, M.T.A. Tersigni-Tarrant (Eds.). Forensic Anthropology – A Comprehensive Introduction. 2ªed. CRC Press: Boca Raton, United States of America, 313-333, 2017.
  2. D.J. Spitz. Identification of human remains. In: W.U. Spitz (Ed.). Spitz and Fisher’s Medicolegal Investigation of Death – Guidelines for the Application of Pathology to Crime Investigation. 4ªed. Springfield: Charles C. Thomas, United States of America, 199-203, 2006.
  3. A.R.L. Figini, J.R. Leitão e Silva. Datiloscopia e Papiloscopia. In: Figini ARL (Ed.). Datiloscopia e Revelação de Impressões Digitais. Campinas: Editora Millennium, Brasil, 37-50, 2012.
  4. L.R.V. Silva, L.L. Mizokami, P.R. Vieira, S.A.S. Kuckelhaus. Longitudinal and retrospective study has demonstrated morphometric variations in the fingerprints of elderly individuals. Forensic Sci Int. 259, 41-46, 2016.
  5. J.A. Perper. Chapter 3 – Time of death and changes after death. In: W.U. Spitz (Ed.). Spitz and Fisher’s Medicolegal Investigation of Death – Guidelines for the Application of Pathology to Crime Investigation. 4ªed. Springfield: Charles C. Thomas, United States of America, 87-127, 2006.

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Direitos de Autor (c) 2021 Revista Brasileira de Criminalística

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Autor(es)

  • Aldeir José da Silva,
  • Marcelo Mari de Castro,
  • Fernando Carvalho dos Santos,
  • Lucas José Guedes,
  • Polyanna Helena Coelho Bordoni,
  • Leonardo Santos Bordoni,
  • Aldeir José da Silva

    Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil. Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil.

                                     

    Marcelo Mari de Castro

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

                                    

    Fernando Carvalho dos Santos

    Grupo de Identificação, Delegacia Regional Executiva, Polícia Federal, Belo Horizonte (MG), Brasil.

                                   

    Lucas José Guedes

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

                                 

    Polyanna Helena Coelho Bordoni

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

    Médica formada pela UFMG (2010) e especialista em Medicina do Trabalho pelo Hospital das Clínicas da UFMG (2013). Médica Legista da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (2014).

                                       

    Leonardo Santos Bordoni

    Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil. Faculdade de Medicina de Barbacena, Fundação José Bonifácio Lafayette de Andrada, Barbacena (MG), Brasil Escola de Medicina, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto (MG), Brasil Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, Vespasiano (MG), Brasil.

                                      

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