Resumen
O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise comparativa de laudos oriundos do Instituto de Análise Laboratoriais Forense – IALF, pertencente à Coordenadoria Geral de Perícia do Mato Grosso do Sul em Campo Grande, a fim de observar a presença de vestígio de esperma encontrado nas vestimentas e nas coletas realizadas por meio de suabes de vítimas de estupro. Foram analisados 895 laudos do período de 2012 a 2015. Os testes estatísticos foram realizados por meio do programa Graphpad Prism 6.0 e os resultados expressos pela diferença entre as médias. A percentagem de amostras positivas oriundas dos exames realizados apenas nas vestes foi estatisticamente significante em relação aos exames realizados nos suabes (p = 0,0063), bem como os outros locais de coleta (p = 0,0031). As coletas realizadas por suabes foram as que apresentaram menor positividade para a presença de esperma, demonstrando que muito embora seja o método de coleta mais utilizado, ele não seria o mais indicado para a recuperação do material biológico. Todavia, embora tenha sido possível avaliar um número maior de amostras positivas quando havia laudo conjunto de vestes e suabes, estes não apresentaram diferença estatisticamente significante quando comparado às amostras de suabes sozinhas (p = 0,0528). Diante das análises, podemos concluir que o suabe sozinho não apresenta uma boa perspectiva de recuperação dos fluidos seminais. Desta forma, recomenda-se que nos casos de crimes sexuais, as vítimas, sempre que possível, devem se submeter ao exame de corpo de delito, apresentando as vestes que utilizava no momento do fato.