Abstract
Entomotoxicologia Forense investiga os efeitos causados por substâncias no desenvolvimento de artrópodes, a fim de auxiliar no IPM (intervalo post-mortem). O estudo tem por objetivo revisar as publicações relevantes sobre os efeitos de agentes tóxicos no desenvolvimento de diferentes espécies. Foram incluídos na revisão de literatura estudos experimentais e revisados separadamente dos relatos de casos e como critério de exclusão: estudos de revisão e bibliográficas e pesquisas de técnica de validação de método. As substâncias tóxicas foram classificadas de acordo com a metodologia de toxicologia forense e com base nas características químicas e analíticas, além de determinar a interferência dos agentes tóxicos no IMP assim como identificação das espécies relacionadas. Nos resultados obtidos foram encontrados 103 artigos, destes 39 enquadravam-se nos critérios de inclusão. Os resultados demonstraram que entre os principais agentes tóxicos mais pesquisados, estão os medicamentos (benzodiazepínicos, opiáceos /alcalóides, antibióticos, quimioterápicos, anabolizantes, estimulantes do sistema nervoso central, anestésicos, analgésicos, barbitúricos), pesticidas e aditivos/solventes. Diferentes espécies foram investigadas e várias inconsistências entre os estudos foram encontradas, tais como, interferências no IPM para o mesmo agente tóxico e espécie avaliados. Logo que o modo de absorção, metabolização e excreção de cada agente tóxico varia de acordo com cada espécie e estágio de desenvolvimento analisada, podendo a mesma substância afetar de diferentes formas a mesma espécie em estágios distintos. Portanto, há necessidade de definir protocolos padrões que poderiam incluir a seleção de organismos comuns e modelos tóxicos para construir bases comparativas; desenvolver uma matriz padrão para uso comum de substrato de alimentação e implantar métodos analíticos mais sofisticados no ramo da entomotoxicologia, para melhorar os resultados experimentais e tornar esses resultados mais comparáveis entre os estudos.