Reconstrução facial na Antropologia Forense no Brasil sob a perspectiva da Medicina Legal


Resumo

A Antropologia Forense, integrando-se profundamente ao campo da Medicina Legal no Brasil, desempenha um papel crucial na identificação de restos humanos e na elucidação de crimes. Com a evolução tecnológica, principalmente no âmbito da reconstrução facial computadorizada, a disciplina tem experimentado avanços significativos, permitindo análises mais precisas e detalhadas de ossadas humanas, especialmente crânios, contribuindo de forma vital para a resolução de casos forenses. Este campo multidisciplinar, embasado em estudos bibliográficos e práticas emergentes, centra-se na análise craniométrica e na reconstrução facial a partir de restos ósseos. No contexto brasileiro, especialistas em antropologia forense empregam uma gama de técnicas inovadoras, como tomografia computadorizada, fotogrametria, modelagem e escaneamento 3D. Cada uma dessas técnicas possui particularidades e aplicações específicas, variando de acordo com as capacidades e recursos da instituição forense. A tomografia computadorizada, por exemplo, oferece uma visão detalhada da estrutura óssea, enquanto a fotogrametria se baseia no uso de imagens fotográficas de alta qualidade para a reconstrução facial. Por outro lado, a modelagem e o escaneamento 3D destacam-se pela sua precisão e capacidade de capturar detalhes tridimensionais da superfície óssea. O processo de reconstrução facial digital no Brasil evoluiu para se tornar uma ferramenta indispensável na Medicina Legal. Este avanço é especialmente relevante em casos onde os restos mortais são a única chave para desvendar a identidade da vítima ou as circunstâncias de sua morte. Profissionais qualificados na área utilizam softwares especializados para criar representações faciais que se aproximam ao máximo da aparência original do indivíduo, com base em dados craniométricos. A importância da Antropologia Forense na esfera jurídica e na investigação criminal no Brasil é incontestável. Contudo, ressalta-se a necessidade de constante aperfeiçoamento e pesquisa, bem como a comparação e análise dos métodos existentes, para assegurar a precisão e eficácia dessas técnicas forenses. A junção da tecnologia avançada com a perícia profissional promove um avanço significativo na resolução de casos criminais, reforçando o papel fundamental da Antropologia Forense na Medicina Legal brasileira.


Palavras-chave

Antropologia Forense
Medicina Legal
reconstituição facial

Referências

  1. C. Moraes, P. Miamoto. Manual de reconstrução facial 3D digital: Aplicações com Código Aberto e Software Livre. Expressão Gráfica, Sinop MT, Brasil (2015).
  2. M. Marconi, Z.M. Presotto. Antropologia - Uma Introdução. Atlas. Brasil. (2019).
  3. J.P. Vanrell. Odontologia Legal e Antropologia Forense. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009.
  4. W.J. Lee, C.M. Wilkinson, H.S. Hwang. An Accuracy Assessment of Forensic Computerized Facial Reconstruction Employing Cone-Beam Computed Tomography from Live Subjects, J. Forensic Sci. 57 (2012) 318–327, (2012)
  5. R.A. Francisco, R.H.A. da Silva, J.M. Pereira, E.G. Soares, E. Matheucci Júnior, E.S.M Iwamura, M.A. Guimarães. A antropologia forense como triagem para as análises da genética forense. Saúde ética justiça; 18(1):128-33 (2013).
  6. G. Bissacot. Métodos de identificação humana utilizados no Laboratório de Antropologia Forense do IML-DPT-PCDF, entre 1993 e 2013 Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Odontologia. Universidade de Brasília - UNB; (2015)
  7. J.S. da Rocha. A importância da antropologia forense na responsabilização dos crimes contra a humanidade praticados do Brasil em regimes autoritários. Rev. Fac. Direito São Bernardo do Campo [Internet] (2014). Retirado em 7 de novembro de 2023, em https://revistas.direitosbc.br/fdsbc/article/ view/21
  8. S.N. Byers. Introduction to forensic anthropology. Upper Saddle River: Pearson; (2018).
  9. L.M. Herrera. Reconstrução facial forense: comparação entre tabelas de espessuras de tecidos moles faciais. Dissertação de mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; (2016), retirado em 23 agosto de 2023, em http:www.teses.usp.br. doi:10.11606/D.23.2016.tde-21052016-100124.
  10. D.B. dos Santos. Reconstrução facial forense: percepção dos métodos tridimensional manual e digital para reconhecimento visual. 2015. 15 f. Dissertação de mestrado. Departamento de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, (2015).
  11. W.D.F. Santos, P.R.B. Diniz, A.C. Santos, C.C.S. Martin, M.A. Guimarães. Definições De Pontos Craniométricos Em Imagens Multiplanares de Ressonância Magnética (RM) Para Fins De Reconstrução Facial Forense. Medicina (Ribeirão Preto); 41(1):17-23 (2008).
  12. C.B. Pereira, M.C.M. Alvim. Manual para estudos craniométricos e cranioscópicos. Rio de Janeiro: VF; p.5-31. (1978)
  13. E.A. Junior; F. Reis; L. Galvão; M. Alves; A. Jesus; S. Teixeira. Estimativa do Sexo e Idade por meio do Índice Transverso em Crânios Secos de Adultos. Rev. Bah. de Odontologia. 4(2):85-95. (2013)
  14. C.M.S. Fernandes. Análise das reconstruções faciais forenses digitais caracterizadas utilizando padrões de medidas lineares de tecidos moles da face de brasileiros e estrangeiros [Internet]. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo (2010); retirado em 2023 nov. 06, em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/2 3148/tde-03072010-103917/
  15. C.A.C. Moraes; P.E.M. Dias; R.F.H. Melani. Demonstration of protocol for computer aided forensic facial reconstruction with free software and photogrammetry. JRD—J Res Dent. 2(1):77–90. (2014).

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Criminalística

Compartilhe

Download

Autor(es)