Resumo
A epigenética envolve mudanças na função dos genes que não estão relacionadas a mudanças na sequência do DNA. Dentro dos mecanismos epigenéticos estão a metilação do DNA e os RNAs não codificantes (ncRNAs). A metilação do DNA é um processo pelo qual se agrega grupos metil ao DNA e geralmente tem por função, dificultar a transcrição genética. Padrões de metilação podem ser usados no campo forense para determinação tecidual e de fluidos, estimativa de idade e diferenciação entre gêmeos monozigóticos. Os ncRNAs reguladores são moléculas de RNA que não são traduzidas em proteína, e têm uma importante função na regulação da expressão gênica. Dentre eles, os mais estudados são os microRNAs (miRNAs), que podem induzir silenciamento genético através da sua associação direta com o RNA mensageiro (mRNA). Numerosos estudos publicados relatam que muitos miRNAs são expressos de maneira tecido-específica, sendo bastante promissores para o campo forense na identificação de fluidos biológicos como sangue, sêmen, saliva e secreções vaginais. Os RNAs longos não codificantes (lncRNAs) se valem de diversos mecanismos para regular a expressão gênica. Diversos estudos têm demonstrado o potencial uso dos lncRNAs como marcadores biológicos, no entanto, devido ao grande número de lncRNAs existentes, ainda precisam ser mais bem caracterizados para avaliar o seu possível uso no campo forense. As aplicações epigenéticas nas ciências forenses são relativamente novas e atualmente limitadas, entretanto, o mundo da epigenética tem o potencial de melhorar as investigações criminais, aumentando a quantidade de informações que podem ser obtidas de materiais biológicos obtidos nas cenas de crimes, contribuindo assim, no que diz respeito as evidências criminais para o sistema judicial.