Resumo
Apesar dos esforços dos estados em manter recursos humanos adequados, é cada vez maior a discrepância na relação entre a quantidade de Peritos Criminais e a quantidade de crimes ocorridos no Brasil[1]. O Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) é uma ferramenta que permite diminuir este desequilíbrio, viabilizando a determinação de autores tanto em crimes em investigação, quanto nos casos “frios” (sem suspeitos de autoria). Este artigo apresenta o exemplo de conduta de um Perito de Local que, mesmo sem requisição, vislumbrou a importância da coleta de material biológico no hospital, de uma menina estuprada e jogada em um trem para morrer em Santa Catarina. Este procedimento, além de culminar na confirmação e condenação do autor, permitiu – via BNPG – fazer a indicação do mesmo indivíduo como o responsável pelo estupro e homicídio de outra vítima, no PR, passados 10 anos, sem a existência de nenhum suspeito. Este trabalho demonstra, portanto, como o labor do Perito Criminalístico de Local impacta diretamente na determinação de autoria e materialidade de um crime, devendo estes sempre se esmerarem para atingir seus objetivos.