Perfil de drogas de abuso apreendidas e admitidas no Instituto de Polícia Científica entre os meses de janeiro a novembro de 2017


Resumo

O uso de drogas de abuso vem tomando proporções cada vez maiores na sociedade. A cada ano é notável o surgimento de novas substâncias com capacidade de provocar dependência física ou psicológica. O Instituto de Polícia Científica da Paraíba é um órgão pertencente à Polícia Civil do Estado que possui um setor responsável pela análise de drogas apreendidas. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo criar um perfil de drogas de abuso admitidas no IPC-JP entre os meses de janeiro a novembro de 2017. A coleta de dados se deu através da análise de 1851 laudos referentes às admissões de drogas de abuso, onde foram extraídas as informações necessárias à pesquisa. Foi possível traçar um panorama contendo informações a respeito da incidência de drogas, dos seus métodos de análises, do trabalho da polícia e da ação do Instituto, demonstrando através dos dados a situação atual e as perspectivas de avanço nas políticas de prevenção ao uso de drogas. Os resultados apontam a maconha como à droga mais apreendida, seguida pela cocaína. As apreensões de cocaína em forma de pedra representam quase que o dobro do número de apreensões da forma em pó. Em 87% das análises o esquema analítico seguia as recomendações do SWGDRUG.  Os resultados apresentados se destinam a coadjuvar com programas e ações destinados a prevenção e combate a utilização e tráfico de drogas.


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Autor(es)

  • G. R. Silva,
  • R. A. R. Costa,
  • P. Q. Lopes,
  • J. R. O. Ferreira,
  • A. F. Santos Júnior,
  • Hemerson Iury F. Magalhães,
  • G. R. Silva

    R. A. R. Costa

    P. Q. Lopes

    J. R. O. Ferreira

    A. F. Santos Júnior

    Hemerson Iury F. Magalhães

    Universidade Federal da Paraíba

    outor em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (2009). Atualmente é Professor Adjunto III no Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) na Universidade Federal da Paraíba (Disciplina de Toxicologia). Tem experiência na área de Farmacologia, com ênfase em cultura de células, Toxicologia de produtos naturais e sintéticos, Oncologia Experimental (atividade citotóxica, genotóxica e antitumoral), Bioprospecção de produtos naturais como fonte de fármacos e exploração biotecnológica de biomas regionais. Desenvolve colaboração em pesquisas na área de sinergismo de drogas antifúngicas. É membro da Sociedade Brasileira de Toxicologia e está como Coordenador geral do Centro de Assistência Toxicológica - CEATOX-PB.